Sim, é possível um Mundo diferente!
Dados preliminares
O cenário mundial no qual nos estamos a organizar para a Cimeira
dos G8 em Génova, está marcado por profundas iniquidade.
20% da população mundial - nos países de capitalismo
desenvolvido - gasta 83 % dos recursos do planeta: 11 milhões de
crianças cada ano morrem de desnutrição e um milhar
de milhões de homens vivem com menos de um dólar por dia.
Este cenário piora dia a dia.
A importância internacional desta Cimeira é um desafio
que compromete todas as organizações que desde há
tempos estão a trabalhar para a afirmação – com diferentes
métodos e prioridades, princípios de justiça social,
solidariedade, com um desenvolvimento justo e sustentável. Há
que assumir este desafio!
Juntos, divulgaremos as diferentes actividades que se expressão
na nossa cidade: cooperação internacional, tutela ambiental,
valorização dos direitos de cidadania e dos direitos dos
trabalhadores, promoção de modelos económicos justos
e solidários, desenvolvimento de formas de convivência multiétnica
e de intercâmbio cultural, defesa dos princípios de paz e
não-violência, com luta contra as injustiças.
Todas estas experiências tem que ser causa de crescimento para
a sociedade, comprometendo-as num caminho que desde hoje até o mês
de Julho ajude a desenvolver a consciência de muitos e denuncie esta
situação inaceitável. É necessário construir
outra maneira de pensar, contrária aos modelos dominantes que através
da desagregação social, impedem a própria visão
de uma sociedade diferente a mais justa.
Mas um Mundo diferente é possível!
Este é o desafio que temos que transmitir aos cidadãos.
As Organizações supranacionais, que uma crescente mobilização
internacional observa e julga, terão que responder pelas suas decisões
face a uma sociedade civil cada vez mais consciente e decidida na busca
de processos democráticos por uma justiça social e económica.
UM TRABALHO COMUM
Em consequência destas reflexões, as organizações
subscritoras comprometem-se a um trabalho comum que prevê:
1. actuar para sensibilizar os cidadãos acerca das temáticas
especificas de cada organização, com autonomia de acção
e prioridades.
2. solicitar da parte das Administrações Públicas
locais e nacionais espaços amplos onde a sociedade civil possa desenvolver
actividades e manifestações - no espirito da não-violência
- nos dias da Cimeira e no período precedente, recusando limitações
injustificáveis.
3. solicitar a organização de uma Mesa de concertação
Nacional das organizações que querem trabalhar e coordenar-se
por ocasião da Cimeira.
4. respeitar cada forma de expressão e manifestação
publicamente anunciada, no espirito da não-violência.
Com este documento as Organizações subscritoras convidam
a todas as Organizações e Redes que já trabalham sobre
a temática G8 e às que querem fazê-lo, para um encontro
unitário para coordenar energias e ideias, assim como para desenvolver
um debate com o mundo da cultura, da política, e com quem possa
consolidar os propósitos aqui declarados.